Poupar para quê?
Um leitor do blog achou esquisita a dica de número 6 do post 7 dicas para administrar a mesada dos filhos: ” 6. Não gastar nunca nada é tão ruim quanto gastar tudo de uma vez. Há crianças que simplesmente não gastam o dinheiro com nada. É preciso estimulá-las a gastar o dinheiro com coisas boas, de que elas gostam. Um passeio em uma livraria, por exemplo, pode ser um bom lugar para gastar uma parte do dinheiro acumulado.” O leitor pergunta se não seria melhor ensinar a poupar o máximo possível.
A resposta é NÃO. Nem poupar dinheiro é um fim em si mesmo, nem consumir é um pecado. “Caixão não tem gaveta”, como diz o dito popular, e chegar ao final da vida com dinheiro no banco não parece ser um objetivo de vida muito excitante. Guardar dinheiro por guardar, sem um objetivo concreto, lembra mais o Tio Patinhas, que se deliciava em sua piscina de moedas…
Economizar dinheiro deve ter um objetivo concreto. Identifico três possíveis:
- Reserva para emergências
- A compra de um bem no futuro
- Aposentadoria
Se você conseguir heroicamente poupar para cada um desses três objetivos, tudo o que sobrar (!) deveria ir para o consumo. Há pessoas que têm uma tendência doentia por poupar. São os chamados sovinas, mão-de-vaca, pão-duro. Não é uma atitude financeiramente saudável. O dinheiro foi feito para o homem, e não o homem para o dinheiro.
O final do post me lembrou desse trecho de um poema de Victor Hugo:
“Desejo que você ganhe
dinheiro também e que, ao
menos uma vez, diga a ele
quem é o dono de quem”