O que é realmente importante na sua vida?
No filme “Up” da Pixar, um velhinho simpático, Carl, tem um sonho: levar sua casa para o “Paraíso das Cachoeiras”, um lugar perdido na América do Sul. Ele assim havia prometido à sua querida esposa, já falecida. Na casa, ele guardava todas as lembranças dos anos felizes que havia vivido ao lado dela.
Depois de muitas aventuras, ele finalmente consegue o seu intento, e pousa sua casa, levada por balões, no Paraíso das Cachoeiras. No entanto, um passageiro não intencional, um garoto escoteiro chamado Russell, havia se juntado à aventura, e se meteu em uma enrascada. Para salvá-lo, ele precisava fazer a casa levantar vôo novamente, mas a quantidade de balões era insuficiente. Carl, entre as lembranças e a necessidade de salvar o garoto, não teve dúvida: para tornar a casa mais leve, começou a se livrar de todas as lembranças, inclusive as poltronas onde costumava sentar-se com sua esposa para ler. É uma cena forte, pois mostra um desprendimento selvagem, que muitas vezes não temos coragem de encarar, mesmo em situações limite.
Há casos de pessoas que vivem apegadas ao passado, mesmo passando necessidade. Por exemplo, senhoras viúvas que não conseguem pensar em vender a casa onde moram, ou as ações de Xiririca da Serra deixadas pelo falecido, pois são lembranças afetivas fortes demais. E, mesmo precisando desesperadamente do dinheiro, fica apegada às lembranças…
Outro exemplo: a família enrolou-se em dívidas, e os juros estão comendo o espaço no orçamento destinado a comprar comida, em uma verdadeira bola de neve. A única saída é vender o imóvel onde moram, pagar as dívidas, e começar a poupar para comprar outro imóvel. Mas, para tomar essa decisão tão radical é preciso desapegar-se de um bem de raíz tão caro ao brasileiro.
O desprendimento dos bens é também muito importante quando se enfrenta um revés financeiro grave, como uma doença que exige grandes gastos ou um desemprego por período muito longo. Deixar de almoçar fora aos domingos, comprar roupas sem grife, aguentar o carro velho pois não há dinheiro para trocar, etc etc, etc: é preciso aceitar uma queda no nível de vida, o que é muito difícil quando não se exercita essa virtude.
Sei que é bem mais fácil falar do que fazer. Mas é nessas horas que se mede a verdadeira escala de prioridades de uma pessoa ou de uma família. A mesma situação (um revés econômico, por exemplo) pode unir ou destruir famílias, dependendo do que é considerado realmente importante. O verdadeiro desprendimento dos bens materiais pode ser o caminho que transforma uma tragédia em oportunidade de crescimento pessoal e familiar.
Marcelo, que texto maravilhoso é esse? Parabéns pela abordagem, é isso aí, isso está em linha com os valores que defendo no meu blog Valores Reais.
Aproveito para agradecer sua visita no meu blog!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!