Necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais
O título deste post certamente remeterá à infância daqueles que, como eu, já dobraram o Cabo da Boa Esperança. Trata-se de uma canção do desenho animado “Mogli”, cantada pelo urso Balu. A idéia é que a frugalidade é a melhor maneira de encarar a vida.
Esta canção me veio à mente enquanto eu lia uma pequena nota de Veja (Americanos gastam US$ 1,2 trilhão com produtos desnecessários) e o post de um blog da The Economist (Remembering to respect the preferences of the poor). A primeira dá conta de que os americanos gastam aquela fortuna com coisas do tipo “barcos, jóias, bebidas alcoólicas, doces e jogos”. Já o segundo faz a análise de um livro chamado Poor Economics, que faz uma extensa pesquisa sobre como vivem e o que pensam as pessoas que ganham menos de um dólar por dia. Entre muitas outras descobertas, o livro chama a atenção para o fato de que os muito pobres tomam decisões de consumo que contrariam o esperado. Na sua escala de valores, os muito pobres preferem bens que aliviem um pouco a monotonia de suas vidas (como uma TV) do que comida.
Estes dois textos contrapõem a realidade de um país rico com o cotidiano dos muito pobres, e surpreendentemente mostram um ponto em comum: em ambos os universos se consomem coisas “desnecessárias”. Isto nos remete a um conceito bastante importante em economia: o de “função utilidade”. Cada bem ou nível de riqueza proporciona um determinado bem-estar. Este bem-estar é diferente para cada pessoa. Cada um, portanto, tem a sua própria função utilidade. O qualificativo “desnecessário”, portanto, é subjetivo. Um determinado bem (seja uma TV para um miserável ou uma jóia para um milionário) pode ser desnecessário para um, mas muito importante para outro.
Isso não quer dizer, no entanto, que o consumismo esteja perdoado. Antes de qualquer compra, é sempre preciso analisar detidamente a real necessidade do objeto ou serviço a ser adquirido. E a restrição orçamentária (também conhecida como “falta de dinheiro no bolso”) deve ser respeitada acima de tudo. Claro, o resultado dessa análise será diferente de pessoa para pessoa, dependendo de sua função utilidade. Uns concluirão que um iPad é necessário, outros acharão dinheiro jogado fora, e preferirão gastar dinheiro com o seu gato de estimação. O importante, no final das contas, é entender as suas próprias necessidades, e não se deixar levar pelo impulso ou pelas modas.
esse texto me ajudou muito leiam que eles vaom me ajudar muito.
Realmente nenhnum produto ou serviço é desnecesário. Tudo gera riqueza, faz o dinheiro girar, promove empregos. O único gasto condenável é com JUROS.
E feliz o país em que as pessoas compram muito perfume e afins.
Por falar nisto, quem quiser ótimos champagnes (não espumantes, mas vinhos de Champagne mesmo), recomendo uma loja que há no D&D Shopping. Indo lá, aproveite também para comprar uma gravura ou um chocolate da Kopenhagen (especialmente os que já dobraram o Cabo da Boa Esperança). E, se o colesterol permitir, uma passadinha no Empório Santa Luzia para uma boa compra de patés franceses será uma boa pedida.