Aprenda a investir com o livro do Dr. Money!
Vocês devem ter sentido a minha falta nessas últimas semanas. Calma, estou de volta! Explico a minha ausência: estava dando os retoques finais no meu livro Investindo com Dr. Money.
– Mas tanto tempo só pra dar uns retoques finais???
Pois é. Ocorre que escrevi a primeira versão desse livro há oito anos. Tentei uma ou outra editora, mas o livro estava claramente à frente do seu tempo, hehe. Resolvi então começar este blog, e o livro, coitado, ficou esquecido na gaveta por todo este tempo. Agora, com toda essa tecnologia disponível, que permite a edição de livros eletrônicos, resolvi ressuscitar esse projeto.
Quem tiver a oportunidade de ler, perceberá que o Dr. Money, quando foi criado, tinha uma outra proposta, diferente daquela que acabei desenvolvendo no blog. No livro, Dr. Money é um “dinheirologista”, um médico do dinheiro, e transmite os conceitos básicos sobre investimentos com a ajuda de cientistas de outros tempos: Mounsier Cifron, Don Diñeron e Mr. Dindin. A ideia é apresentar os conceitos através de estórias simples, vividas por esses personagens, de modo a descomplicar a matéria.
Os leitores do blog já terão visto muitos dos conceitos do livro ao longo dos meus artigos aqui. A diferença é que um livro tem começo, meio e fim, um todo orgânico que dá sentido à atividade de investir. No livro, você vai encontrar textos inéditos, que não estão aqui no blog, e organizados de maneira a levar o leitor a compreender investimentos de maneira lógica e sistemática.
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Veja a seguir o índice:
PARTE 1: INVESTIMENTOS NA TEORIA
As três regras de ouro dos investimentos 8
Poupança, Dívidas e Investimentos 10
Investimentos: Ciência ou Cassino? 13
Conheça-te a ti mesmo 17
Montando o quebra-cabeças 32
Aposentadoria: uma aposta macabra 36
Risco e Retorno: a dupla dinâmica dos investimentos 45
Um pouco mais sobre risco 52
PARTE 2: INVESTIMENTOS NA PRÁTICA
Garçom, o menu por favor 63
Renda Fixa, mas nem tanto! 66
Ponha ação na sua vida! 85
Imobilizando o seu capital 102
Ouro e outros bichos 108
Fundos de Investimento 110
Produtos de Previdência 126
Voltando ao quebra-cabeças 129
À guisa de epílogo 133
Sobre o autor 135
E como tira-gosto para os leitores do blog, disponibilizo a seguir um capítulo: Investimentos: Ciência ou Cassino?
Qual a dica do momento?
É assim, com variantes mais ou menos educadas, que a maioria de meus pacientes começam a sua primeira consulta sobre investimentos. É a pergunta típica de quem está com as fichas na mão, em frente à roleta, ansioso por adivinhar o próximo número premiado. Quem sabe a sorte grande não está me esperando na próxima jogada, pensam.
Existem muitos tipos de jogos, para todos os gostos e para todos os bolsos. Desde as loterias populares (Sena, Loteria Esportiva etc), até os cassinos de Las Vegas, passando pelo turfe, bolão no escritório e tranca no clube. Alguns jogos são “pura sorte”, como dizem. Não envolvem conhecimento sobre o que se está apostando, como é o caso dos cassinos. Outros pressupõem um pouco de estudo. O turfe, por exemplo. É preciso saber se o potro Raio Azul, filho de Raios Que O Parta com Borboleta Azul, está ou não resfriado. Ou se o jóquei Mumuca é mais leve e ágil que o jóquei Meleca.
Investimentos enquadram-se no tipo de jogo que exige estudo. Talvez seja o exemplo mais nobre. Afinal, entender o balanço de uma empresa ou a direção da economia de um país parece ser mais difícil do que aprender sobre a anatomia eqüina ou sobre as virtudes e defeitos dos times de futebol, no caso da Loteria Esportiva. Se não é mais difícil, pelo menos é essa a impressão que causa todo o jargão utilizado pelos “entendidos” no assunto: EBITDA, balanço de pagamentos, yield, cupom, déficit nas transações correntes, e uma longa lista de etcéteras deixa o investidor leigo completamente perdido na selva das finanças.
Mas, na visão de muitos, não deixa de ser um jogo. Afinal, depois de tudo, estão lá, como cavalos na linha de partida, todas as modalidades de investimentos: Renda Fixa, Ações, Dólar, Ouro, Imóveis. Prontos para a largada, sob o olhar nervoso do investidor que fez suas apostas no potro Ações, o qual vem correndo bem nos últimos páreos. Foi dada a largada! Ações sai na frente, livrando dois corpos de vantagem logo de cara sobre Renda Fixa e Imóveis. Dólar e Ouro estão na lanterninha. O nosso investidor, ainda tenso, respira um pouco, vendo a lógica prevalecer. Oh não! Chuvas pesadas vêm da China, e o nosso potro não corre bem em pista molhada. Ações tropeça e cai, sendo ultrapassado por Renda Fixa. Mas logo em seguida, cavalo de fibra que é, Ações recupera-se e assume novamente a liderança, apesar de estar mancando de uma pata. O nosso investidor pensa em reclamar seu prêmio neste momento[1], mas acredita que Ações possa voltar à sua velha performance e decide continuar na corrida. Ações de fato parece recuperado, quando de repente uma velha gripe americana, da variante Subis Praimes, mal tratada alguns anos atrás, volta com força total, e faz com que o nosso coitado Ações não pare de espirrar. Ações perde terreno e é ultrapassado por todos os outros concorrentes, ficando em último lugar. O nosso investidor sua frio e começa a apresentar sintomas de taquicardia quando sua esposa lembra de que precisa daquele dinheiro para pagar a escola das crianças. Agora não tem mais jeito. Acabou a corrida para o infeliz. O nosso investidor pega de volta o que restou de seu investimento, e volta para casa, cabisbaixo e macambúzio, sabendo que, provavelmente, vai precisar mudar as crianças de escola. E o que é pior: o potro Ações recuperou-se de sua gripe e arrasou Renda Fixa e Dólar na volta seguinte, deixando o nosso investidor ainda mais aborrecido, por já estar fora do páreo.
Infelizmente, este é o destino mais comum daqueles que encaram investimentos como um jogo. É claro que você sempre vai ouvir histórias do tipo “Zé da Bolsa ganhou rios de dinheiro com opções de Vale e agora está colecionando conchinhas em sua praia particular em Honolulu”. Efetivamente, há pessoas que ganham muito dinheiro com investimentos, assim como existem os sortudos que ganham na loteria ou no cassino. Mas isso não quer dizer que a sorte grande vai se repetir com você! Este é um ponto muito importante: para cada caso de sucesso retumbante, há mil casos de fracassos mais retumbantes ainda.
A Síndrome do OBA-OBA
Há investidores que embarcam nas maiores roubadas, simplesmente porque foram atacados pela Síndrome do OBA-OBA, brilhantemente descrita por Mounsier Cifron. Minha missão é alertar o leitor sobre esta perigosíssima patologia, para que fique prevenido e detecte os seus primeiros sinais a tempo de salvar-se, a si e a seus pertences.
Monsieur Cifron identificou a “Optmisticus Boborus Antarus” – ou, mais simplesmente, Síndrome do OBA, estudando o comportamento de domadores de leões. Seus efeitos seriam ainda mais devastadores se não houvesse um antídoto eficaz, do qual falaremos mais adiante. Monsieur Cifron observou que os domadores de leões, depois de colocar suas cabeças dentro da boca dos bichanos cerca de cem vezes, acreditavam que não corriam mais risco de perderem este precioso órgão. O interessante é que, mesmo ouvindo notícias de outros colegas que tiveram suas cabeças decepadas, os domadores não conseguiam acreditar que corriam este risco. “Perder a cabeça é coisa de amadores”, pensavam. E descuidavam das regras mais elementares de segurança. Os seres humanos tendem a superestimar sua capacidade de lidar com o risco, principalmente depois de algumas jogadas de sucesso. Ou simplesmente porque veem outros, que são obviamente menos inteligentes e espertos que nós, alcançando o sucesso.
Monsieur Cifron identificou uma variante muito grave – a Síndrome do OBA-OBA – em que o doente não precisava enfiar sua cabeça na goela do leão 100 vezes para ganhar auto-confiança; bastava uma ou duas vezes, e tudo virava festa. Esta variante ataca principalmente empresários de primeira viagem.
E o antídoto? Bem, o antídoto não foi encontrado senão no século XIX, por ninguém menos que Mr. Dindin. Trata-se da Seção de Economia dos jornais. Das duas uma: ou estamos em crise, ou estamos temendo que a época de bonança acabe em crise. Ao ler a Seção de Economia, muitos doentes atacados de OBA ou de OBA-OBA caem na real. É uma pena que tenha passado tantos séculos até que os jornais inventassem a Seção de Economia. Muitas cabeças de inocentes domadores poderiam ter permanecido em seus respectivos pescoços.
Se você não pode vencê-lo, junte-se a ele
O sonho de todo jogador é vencer a banca. O sonho de todo investidor é vencer o mercado. Ganhar dinheiro às custas do restante do mercado. Ser mais esperto, ou mais bem informado.
Sinto informar que isto não é possível. Ou, pelo menos, não é possível na maior parte do tempo, na maior parte dos mercados. Esta dolorosa verdade foi descoberta por acaso pelo brilhante estudioso do século XVI, Don Diñeron, ao organizar um concurso público na corte do Rei João, o Fanfarrão.
O rei estava procurando contratar um funcionário que teria uma função muito importante no reino: o escolhido esposaria sua filha, a Princesa Joana, a Fanfarrona. De quebra, o novo funcionário seria nomeado Príncipe de todos os domínios ultramarinos, quando estes fossem descobertos. Depois de ter enfrentado problemas no Congresso, o rei havia eliminado todos os cargos de confiança comissionados. Por isso, o novo príncipe deveria ser concursado. Aqui entra o teste de Don Diñeron.
Don Diñeron bolou um teste em que concorreriam a inteligência, a perspicácia e, acima de tudo, a capacidade do novo príncipe de fazer compras no supermercado sem supervisão. Encheu um recipiente transparente com feijões. O candidato deveria simplesmente estimar o número de feijões dentro do recipiente.
Vários candidatos compareceram ao castelo. Alguns nem quiseram ver o recipiente, confiando em seus poderes paranormais. Outros, não só quiseram ter acesso ao recipiente, como também às suas medidas e às medidas dos feijões. A maioria, no entanto, viu o pote e chutou um número. Don Diñeron, então, notou um fenômeno interessante: na medida em que o número de prognósticos aumentava, mais a média dos prognósticos se aproximava do número real de feijões dentro do recipiente.
Passado o concurso e nomeado o noivo da princesa, Don Diñeron continuou os seus experimentos nessa linha. Encheu recipientes dos mais diversos tamanhos e formatos com grãos de milho, lentilhas, ervilhas. O resultado repetia-se: quanto maior o número de prognósticos, maior a precisão com relação ao número real. Don Diñeron, então, formulou o que seria a base da teoria da Eficiência dos Mercados:
Quanto maior o número de participantes em um concurso, e quanto maior o número de informações a respeito do recipiente e dos feijões, maior a chance de acertar o número de feijões contidos em um recipiente.
Por ser simples, singelo até, passaram-se os séculos e os dinheirologistas não se aperceberam do poder deste enunciado. Coube a mim, Dr. Money, a honra de chamar a atenção de toda a comunidade científica para este princípio. Para tanto, achei por bem atualizá-lo, e hoje a sua forma moderna é a seguinte:
Quanto maior o número de negociadores de um ativo, e quanto maior o número de informações a respeito deste ativo, maior a chance de que o preço deste ativo negociado no mercado seja justo.
Você pode não ter consciência disso, mas ao comprar um ativo no mercado, a sua esperança é de que alguém, no futuro, queira comprá-lo de você por um preço mais alto. Isso só vai acontecer se você acreditar que o preço justo desse ativo é mais alto do que o preço pelo qual você pagou para adquiri-lo, e alguém vai reconhecer a justeza desse preço no futuro, quando você, feliz e radiante, vai se desfazer desse ativo por um preço mais alto. O pressuposto desse raciocínio é de que só você, ou um número pequeno de pessoas, viu a injustiça do preço atual. E que um número suficientemente grande de pessoas estava caçando borboletas enquanto você, com sua inata perspicácia, estava adquirindo as pechinchas do mercado.
Bem, isso pode até ser verdade, se você atua em mercados onde o número de participantes é suficientemente baixo, e você dedica boa parte de seu tempo e experiência a explorar as distorções de preços nestes mercados. Caso contrário, não se iluda: a chance de você vencer o mercado é aleatória. Pode acontecer algumas vezes, pode não acontecer em outras. Na média, você provavelmente não vai ganhar dinheiro suficiente nem para pagar os corretores.
O raciocínio que o arguto leitor pode estar se fazendo neste momento é o seguinte: ok, entendi que investir não deve ser encarado como um jogo. Além disso, se os mercados são eficientes, não consigo ganhar dinheiro com isso, pelo menos se não tiver um preparo acadêmico e técnico muito acima de minhas humildes possibilidades. Portanto, não vai dar.
Vamos tentar mostrar, no próximo capítulo, que é possível para qualquer um ser um investidor de sucesso. Basta mudar o foco do problema.
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Dr. Money, boa noite!
Parabéns pelo seu livro!
Acabei de comprá-lo! Vamos a leitura.
Peço desculpas, pois existem outros 2 livros na lista, o seu será o terceiro! (Sem desmerecer a importância de sua obra!).
Abraços e sucesso!
Allan, é uma honra tê-lo como meu leitor. Espero que aproveite o livro. Depois me conte suas impressões.
Abraço!
Imperdível, mas queria saber se tem como comprar a versão impressa? abraços
Patricia, infelizmente ainda não. Mas se vender bastante, quem sabe alguma editora se interesse… Abraço!
Parabéns pelo livro.
É muito importante haver lançamentos sobre esse assunto, que cada dia se torna mais importante para a vida das pessoas.
Abçs!
Parabéns pela realização! Sucesso!