Insider trading
Nesta semana, dois ex-executivos da Sadia foram condenados pelo crime de “insider-trading“, que em português, em uma tradução livre, significaria algo como “negociar com informações privilegiadas”. Ainda cabe recurso, mas foi a primeira condenação desse tipo no Brasil, o que nos aproxima das práticas de países desenvolvidos, onde condenações por insider-trading são relativamente comuns.
Explicando um pouco. Os dirigentes de empresas e todas as pessoas envolvidas em negociações possuem informações privilegiadas sobre as mesmas. No caso da Sadia, as informações eram sobre a fusão com a Perdigão, quando da criação da Brasil Foods. As pessoas que sabiam dessa operação antes que fosse divulgada ao mercado tinham uma vantagem sobre as outras. Operar na bolsa com base nessa informação é o chamado crime de “insider-trading“.
– Mas que crime é esse? Não entendi. Afinal, eles tinham uma informação “quente”, e ganharam dinheiro com isso. Qual o problema, afinal?
O problema é que VOCÊ não tinha essa informação. No momento em que eles estavam comprando ações da Sadia, você poderia ser uma das pessoas que estava vendendo essas ações. Como você se sentiria ao saber que você entrou em um negócio sem todas as informações que a sua contraparte possui? Suponha que você compre um carro usado, mas o vendedor não lhe revelou que o motor está nas últimas, e que fez uma gambiarra para passar o carro para a frente. Como você se sentiria? É o mesmo caso: assimetria de informações. Um dos lados possui mais informações que o outro e, portanto, leva vantagem na negociação.
Quanto mais as informações são igualmente distribuídas, mais eficiente é um mercado. Ou seja, mais os preços refletem com exatidão o real valor dos ativos. Um mercado eficiente é bom para todos, enquanto um mercado não eficiente é bom apenas para alguns privilegiados.
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