Perfil do investidor brasileiro
O Ibope, por encomenda da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) acaba de divulgar uma pesquisa sobre o perfil do investidor brasileiro, mais focado em fundos de investimento (aqui). Algumas conclusões da pesquisa:
– Dos brasileiros com mais de 18 anos de idade, e que pertencem às classes A, B e C, 51% não possuem investimento algum, 44% investem na Caderneta de Poupança, 7% investem em fundos e 3% investem em ações (soma maior que 100% pois uma pessoa pode ter mais de um tipo de investimento). A principal razão apontada por aqueles que não tem investimentos, é que “não sobra dinheiro nenhum no final do mês”.
– Dos que investem em fundos, 79% possuem fundos de renda fixa, 43% possuem fundos de ações, 60% têm PGBLs/VGBLs, 66% têm caderneta de poupança e 36% investem em ações diretamente.
– Dos que investem em fundos, menos de 25% compara a rentabilidade com outros tipos de investimento, ou mesmo com fundos de outras instituições.
– 43% dos investidores em fundos se informam sobre investimentos com o gerente do banco; 39% no site do banco; e 31% nos cadernos de finanças dos jornais.
– Segurança, rentabilidade e liquidez são os 3 principais atributos que os investidores em fundos vêem nessa modalidade de investimento. Por outro lado, no mesmo universo, rentabilidade baixa, risco e taxa de administração são vistos como desvantagens.
Que conclusão podemos tirar? Que ainda falta muito, mas muito mesmo, para se falar de uma cultura de investimentos no Brasil. A caderneta de poupança é ainda a modalidade de investimento mais popular, seguida bem de longe pelos fundos de investimento. O investimento em ações representa muito pouco, e o Tesouro Direto é traço no ibope.
Mas o que mais preocupa é a grande parcela da população que ainda não consegue poupar. Não conheço estudos a respeito, mas certamente uma parcela relevante dessa população que não tem investimentos gasta o seu dinheiro com juros de financiamentos. Se conseguissem ter um pouco de disciplina e paciência, poderiam fazer os juros trabalharem a seu favor. Há ainda um longo caminho a percorrer.
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Dr Money, tenho um PGBL perfil conservador. No atual momento, seria melhor arriscar no perfil moderado?
Ricardo, muito difícil responder a sua pergunta, sem conhecê-lo melhor, avaliar sua condição financeira, seus objetivos e sua aversão ao risco. Mas sugiro que você leia a série sobre Política de Investimentos publicada aqui no blog (digite Política de Investimentos no search do blog ou escolha no menu “Investimentos / filosofia” no topo da página). Nesta série, há uma série de orientações para ajudá-lo nesta escolha.
Olá amigo Dr Money!
Gostaria de agradecer pela informação. Estava pesquisando no Google e este artigo foi o que melhor descreveu o que eu procurava, que era quanto dos brasileiro fazem algum tipo de investimento. Tudo de bom para você.
Se 3% investe, acredito que os leitores serão bem mais do que os tais 0.5%. Afinal, os 3% foram os que passaram pela peneira. Eu, por exemplo, estou lendo bastante sobre o assunto a meses. Mas ainda não consegui entrar neste mundo. Os custos ainda me parecem corroer qualquer rendimento. Pouco se menciona sobre custos. Mas a simples atitude de fazem um DOC ( e pagar por ele ) da sua conta para a conta da corretora já é suficiente para acabar com o rendimento. Isso sem mencionar taxa de custódia, corretagem e IR.
Sou um poupador a uns 4 anos e tenho tentado diversificar o porquinho. Mas com tantos custos, a busca parece estar longe de terminar.
Olá Dr.Money,
Que triste saber que somos uma porcentagem tão pequena. E o mais triste ainda é saber que muitos gastam sem pretenções de um futuro melhor, sem controle. Consumo total. Que coisa heim amigo.
Agora, imagine. Se 3 % investem em ações, quantos deste estão lendo nossos blogs diariamente? Acredito que nenos de 0.5% da população busca e está interessada em ler sobre o tema. Que triste!
Porém, vamos que vamos, "a roda da economia não pode parar", como disse um dia o antigo presidente.
Seguimos firme na paçoca. Lendo muito e escrevendo em nossos blogs, na esperança de que um dia estas porcentagens aumentem.
Abraços.